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Background
De sua família John lembra-se muito pouco. John? Quem era John?
Talvez tivesse sido essa pessoa em uma outra vida...
“Acorda no meio da noite ouvindo gritos de uma mulher. Nem se dá ao
trabalho de levantar da cama. É uma rotina. Fecha os olhos para tentar dormir,
mas não consegue. Os gritos não param? Ou será só o eco da sua
consciência? Os gritos desesperados por socorro invadem e preenchem o
vazio do seu coração. Não faz nada, permanece ali. ” Apenas lembranças.
Fugiu de casa muito cedo e achou abrigo num circo. Ali aprendeu os
truques de ilusionismo, mágica e se tornou “Joker”, um palhaço. Era filho de
um marinheiro alcoólatra que abusava da mãe, e que o agredia diariamente.
Essas agressões deformaram seu rosto, deixando-o com uma aparência
monstruosa. Joker tem uma história para cada cicatriz. Mas será que é essa a
verdade? Nem ele sabe. Será que era mesmo filho de um marinheiro
alcoólatra? Era essa a história que sempre contava. Mas será real?
A história desse palhaço de língua afiada e palavras obscenas não
termina aqui. Ainda jovem chegou ao circo, e por ali ficou bastante tempo.
Sofria muita perseguição por causa das cicatrizes, o achavam um monstro.
Ninguém ria das suas piadas. Mais facilmente se assustavam com sua
aparência. Alguns até riam...dele! Conheceu os piores sentimentos que podem
existir. E sempre tentou levar na brincadeira, era isso que o fazia sobreviver.
Não se ofendia, apenas ria. Ele ria, mas seu coração chorava. Ele não
conhecia amor. Até que conheceu Alysanne, uma bailarina que chegou para
fazer parte do circo...
Joker estava arrumando suas tranqueiras no seu pequeno trailer (um
pouco afastado dos outros moradores do circo) para sua apresentação quando
sentiu falta da sua caixinha de música. Procurou, revirou tudo e não achou. De
repente ouviu a música. Vinha vindo dos fundos do circo e foi atrás. Chegando
lá viu a sua caixinha tocando a música, tão delicada e bela, com uma bailarina
em miniatura girando ao som da música. Joker gostava. E como já esperava
havia sido seu macaco, Abu, esse pequeno ladrãozinho que tinha pegado sua
caixinha.
“Abu! De novo? Você devia roubar as outras pessoas seu pequeno
canalha! Hahaha”. Joker não se irritava com Abu, era seu único amigo de
verdade.
“ Então essa caixinha é sua?” Era a pessoa mais bela que já tinha visto.
Sua roupa idêntica a da bailarina de sua caixinha, foi inevitável e seu instinto
masculino falou mais alto. Era Alysanne.
“Opsss” Ele tirou a peruca e tapou aquilo que apontou repentinamente
em sua calça. Ao tirar a peruca revelou mais cicatrizes na cabeça. Algo de
embrulhar o estomago. Não para ela.
“Rsrsrsrs seu bobo! Você poderia me apresentar o circo? Ainda não
conheço o lugar.” Disse ela com sua voz tão doce.
“Cla-cla- claro! Mas antes...” Ele tirou um lenço do bolso, espirrou nele,
balançou de um lado para outro, escondeu-o dentro de uma mão e quando
abriu havia uma rosa. A rosa mais feia que qualquer pessoa pudesse ter visto,
mas ela gostou. E passaram o dia todo conversando...
Ao anoitecer, já tarde, desabou um temporal e se abrigaram em seu
trailer. Nem se lembra de como aconteceu, mas foi como um sonho. Dormiram
juntos, e ele soube pela primeira vez o que era amor.
Ouviu gritos de uma mulher pedindo por socorro. Estava com os olhos
fechados, pois tinha medo de abri-lo e ver. Mas mesmo assim abriu. Uma faca
refletiu à luz do sol. Seu coração parou, o sangue congelou, desespero,
adrenalina, horror, sobrevivência. Ele saltou assustado. Um talho se abriu em
sua barriga e sangue jogou. Fechou os olhos e se atirou no assassino, e
quando caiu por cima a faca já estava em suas mãos e ele não pensou, não
hesitou, apenas fez. Deu uma, duas, trinta e sete facadas. Abriu os olhos:
sangue. Nunca havia visto tanto sangue. Destruiu o seu assassino como um
animal que dilacera sua presa. Caiu no chão, tremeu. Não ouvia mais gritos.
Olhou para as mãos cheias de sangue e só então acordou do pesadelo.
Confuso, não sabia o que havia acontecido. Se levantou e viu. No chão, era o
corpo de Alysanne que estava inerte e dilacerado. Então se desesperou de
novo, abraçou o corpo, só então percebeu que ainda segurava a faca em suas
mãos. Ele sentiu uma dor forte no peito, mas não doía a carne, lhe doía a alma.
Começou a chorar desesperado, e depois riu, gargalhou, e chorou de novo. Ela
queria matar ele? Então ele saiu do buraco que era seu quarto e viu uma mesa
com café da manhã para dois, com pães e presunto cortados. Ela preparou
uma surpresa, e fora o acordar. Mas descuidada levou junto a faca, e quando
ele acordou com um pulo ela o cortou acidentalmente. O pouco que havia de
sanidade em sua consciência entrou em colapso. Desatou a gargalhar e
chorar, numa gargalhada hedionda incontrolável.
Ainda era muito cedo, demorariam a sentir falta dela. Juntou o que tinha
de mais importante, ateou fogo na sua moradia e partiu. Todos veriam o fogo,
mas ninguém se preocuparia com ele, antes desejavam mesmo sua morte. E
junto com Abu partiu, e o som que impregnou a mente dos que ficaram foi do
fogo que consumia o pequeno trailer e de uma gargalhada hedionda
incontrolável, que mais parecia choro. A única certeza é que não havia alegria
ali.
https://www.youtube.com/watch?v=SWgfT3lHGhM
Depois disso, a vida de Joker se transformou. Completamente vazio e
sem perspectivas nenhuma. Vive para espalhar a dor e o sofrimento. Frio e
calculista, ele não se comove. A morte não o assusta. Imprevisível. A maioria
das pessoas é incapaz de sentir qualquer apreço por ele, mas algumas de
coração bom podem sentir compaixão dessa infeliz criatura. Joker conhece
muito bem a malicia e vive para tirar proveito disso. Sua vida é uma piada sem
graça.
Conta muitas histórias, mas nem ele sabe quais são as verdadeiras. A
sua história atual conta que fora ao mar em busca de vingança contra a
marinha. Mas qual é o motivo? Com certeza ele terá uma história para isso.
Talvez tivesse sido essa pessoa em uma outra vida...
“Acorda no meio da noite ouvindo gritos de uma mulher. Nem se dá ao
trabalho de levantar da cama. É uma rotina. Fecha os olhos para tentar dormir,
mas não consegue. Os gritos não param? Ou será só o eco da sua
consciência? Os gritos desesperados por socorro invadem e preenchem o
vazio do seu coração. Não faz nada, permanece ali. ” Apenas lembranças.
Fugiu de casa muito cedo e achou abrigo num circo. Ali aprendeu os
truques de ilusionismo, mágica e se tornou “Joker”, um palhaço. Era filho de
um marinheiro alcoólatra que abusava da mãe, e que o agredia diariamente.
Essas agressões deformaram seu rosto, deixando-o com uma aparência
monstruosa. Joker tem uma história para cada cicatriz. Mas será que é essa a
verdade? Nem ele sabe. Será que era mesmo filho de um marinheiro
alcoólatra? Era essa a história que sempre contava. Mas será real?
A história desse palhaço de língua afiada e palavras obscenas não
termina aqui. Ainda jovem chegou ao circo, e por ali ficou bastante tempo.
Sofria muita perseguição por causa das cicatrizes, o achavam um monstro.
Ninguém ria das suas piadas. Mais facilmente se assustavam com sua
aparência. Alguns até riam...dele! Conheceu os piores sentimentos que podem
existir. E sempre tentou levar na brincadeira, era isso que o fazia sobreviver.
Não se ofendia, apenas ria. Ele ria, mas seu coração chorava. Ele não
conhecia amor. Até que conheceu Alysanne, uma bailarina que chegou para
fazer parte do circo...
Joker estava arrumando suas tranqueiras no seu pequeno trailer (um
pouco afastado dos outros moradores do circo) para sua apresentação quando
sentiu falta da sua caixinha de música. Procurou, revirou tudo e não achou. De
repente ouviu a música. Vinha vindo dos fundos do circo e foi atrás. Chegando
lá viu a sua caixinha tocando a música, tão delicada e bela, com uma bailarina
em miniatura girando ao som da música. Joker gostava. E como já esperava
havia sido seu macaco, Abu, esse pequeno ladrãozinho que tinha pegado sua
caixinha.
“Abu! De novo? Você devia roubar as outras pessoas seu pequeno
canalha! Hahaha”. Joker não se irritava com Abu, era seu único amigo de
verdade.
“ Então essa caixinha é sua?” Era a pessoa mais bela que já tinha visto.
Sua roupa idêntica a da bailarina de sua caixinha, foi inevitável e seu instinto
masculino falou mais alto. Era Alysanne.
“Opsss” Ele tirou a peruca e tapou aquilo que apontou repentinamente
em sua calça. Ao tirar a peruca revelou mais cicatrizes na cabeça. Algo de
embrulhar o estomago. Não para ela.
“Rsrsrsrs seu bobo! Você poderia me apresentar o circo? Ainda não
conheço o lugar.” Disse ela com sua voz tão doce.
“Cla-cla- claro! Mas antes...” Ele tirou um lenço do bolso, espirrou nele,
balançou de um lado para outro, escondeu-o dentro de uma mão e quando
abriu havia uma rosa. A rosa mais feia que qualquer pessoa pudesse ter visto,
mas ela gostou. E passaram o dia todo conversando...
Ao anoitecer, já tarde, desabou um temporal e se abrigaram em seu
trailer. Nem se lembra de como aconteceu, mas foi como um sonho. Dormiram
juntos, e ele soube pela primeira vez o que era amor.
Ouviu gritos de uma mulher pedindo por socorro. Estava com os olhos
fechados, pois tinha medo de abri-lo e ver. Mas mesmo assim abriu. Uma faca
refletiu à luz do sol. Seu coração parou, o sangue congelou, desespero,
adrenalina, horror, sobrevivência. Ele saltou assustado. Um talho se abriu em
sua barriga e sangue jogou. Fechou os olhos e se atirou no assassino, e
quando caiu por cima a faca já estava em suas mãos e ele não pensou, não
hesitou, apenas fez. Deu uma, duas, trinta e sete facadas. Abriu os olhos:
sangue. Nunca havia visto tanto sangue. Destruiu o seu assassino como um
animal que dilacera sua presa. Caiu no chão, tremeu. Não ouvia mais gritos.
Olhou para as mãos cheias de sangue e só então acordou do pesadelo.
Confuso, não sabia o que havia acontecido. Se levantou e viu. No chão, era o
corpo de Alysanne que estava inerte e dilacerado. Então se desesperou de
novo, abraçou o corpo, só então percebeu que ainda segurava a faca em suas
mãos. Ele sentiu uma dor forte no peito, mas não doía a carne, lhe doía a alma.
Começou a chorar desesperado, e depois riu, gargalhou, e chorou de novo. Ela
queria matar ele? Então ele saiu do buraco que era seu quarto e viu uma mesa
com café da manhã para dois, com pães e presunto cortados. Ela preparou
uma surpresa, e fora o acordar. Mas descuidada levou junto a faca, e quando
ele acordou com um pulo ela o cortou acidentalmente. O pouco que havia de
sanidade em sua consciência entrou em colapso. Desatou a gargalhar e
chorar, numa gargalhada hedionda incontrolável.
Ainda era muito cedo, demorariam a sentir falta dela. Juntou o que tinha
de mais importante, ateou fogo na sua moradia e partiu. Todos veriam o fogo,
mas ninguém se preocuparia com ele, antes desejavam mesmo sua morte. E
junto com Abu partiu, e o som que impregnou a mente dos que ficaram foi do
fogo que consumia o pequeno trailer e de uma gargalhada hedionda
incontrolável, que mais parecia choro. A única certeza é que não havia alegria
ali.
https://www.youtube.com/watch?v=SWgfT3lHGhM
Depois disso, a vida de Joker se transformou. Completamente vazio e
sem perspectivas nenhuma. Vive para espalhar a dor e o sofrimento. Frio e
calculista, ele não se comove. A morte não o assusta. Imprevisível. A maioria
das pessoas é incapaz de sentir qualquer apreço por ele, mas algumas de
coração bom podem sentir compaixão dessa infeliz criatura. Joker conhece
muito bem a malicia e vive para tirar proveito disso. Sua vida é uma piada sem
graça.
Conta muitas histórias, mas nem ele sabe quais são as verdadeiras. A
sua história atual conta que fora ao mar em busca de vingança contra a
marinha. Mas qual é o motivo? Com certeza ele terá uma história para isso.
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